Quais são as etapas envolvidas na realização de uma revisão sistemática em epidemiologia?

Quais são as etapas envolvidas na realização de uma revisão sistemática em epidemiologia?

As revisões sistemáticas em epidemiologia e bioestatística são cruciais para sintetizar as evidências existentes sobre um determinado tópico ou questão de investigação. Eles seguem um processo estruturado para minimizar preconceitos e fornecer conclusões confiáveis. Aqui estão as principais etapas envolvidas na condução de uma revisão sistemática em epidemiologia e bioestatística:

1. Formulando a Questão de Pesquisa

Para iniciar uma revisão sistemática, a questão da investigação deve ser claramente definida utilizando o quadro PICO: População, Intervenção, Comparação e Resultado. Esta etapa garante que a revisão se concentre em elementos específicos e forneça um objetivo claro para o estudo.

2. Desenvolvimento do Protocolo de Revisão

Um protocolo de revisão descreve os métodos e procedimentos que serão utilizados para conduzir a revisão sistemática. Inclui a estratégia de busca, critérios para seleção de estudos, processos de extração de dados e métodos para avaliar a qualidade dos estudos incluídos. O desenvolvimento de um protocolo ajuda a manter a transparência e minimiza preconceitos.

3. Conduzindo uma pesquisa abrangente de literatura

As revisões sistemáticas exigem uma busca completa e imparcial de estudos relevantes. Isso envolve a pesquisa em vários bancos de dados, incluindo periódicos revisados ​​por pares, literatura cinzenta e anais de conferências relevantes. A estratégia de pesquisa deve ser claramente documentada e reproduzível para garantir a transparência e minimizar o viés de seleção.

4. Triagem e Seleção de Estudos

Os estudos identificados através da pesquisa bibliográfica são selecionados com base em critérios de inclusão e exclusão pré-determinados. Isso ajuda a identificar estudos relevantes que abordam a questão da pesquisa. O processo de seleção deve envolver avaliação independente por múltiplos revisores para minimizar erros e preconceitos.

5. Avaliando a qualidade do estudo e o risco de viés

Uma vez selecionados os estudos, sua qualidade e risco de viés precisam ser avaliados. Várias ferramentas e listas de verificação podem ser utilizadas para avaliar a validade interna e a qualidade metodológica dos estudos incluídos. Esta etapa garante que apenas evidências de alta qualidade sejam incluídas na revisão.

6. Extração e Síntese de Dados

As informações relevantes para a questão de pesquisa são extraídas dos estudos selecionados. Isto inclui as principais características do estudo, medidas de resultados e estimativas de efeitos. Métodos estatísticos são usados ​​para sintetizar os dados e fornecer um resumo quantitativo dos resultados, como meta-análise, se aplicável.

7. Lidando com a heterogeneidade

Se houver variabilidade substancial entre os estudos incluídos, é importante explorar as fontes de heterogeneidade. Análises de sensibilidade e análises de subgrupos podem ser realizadas para avaliar o impacto das diferentes características do estudo nos resultados globais.

8. Interpretando os Resultados

Os resultados sintetizados são interpretados no contexto da questão de pesquisa e da qualidade da evidência. As implicações dos resultados são discutidas e quaisquer limitações ou incertezas são reconhecidas. Recomendações para práticas e pesquisas futuras também podem ser fornecidas.

9. Relatando a Revisão Sistemática

As revisões sistemáticas seguem diretrizes de relatórios estabelecidas, como PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Relatórios transparentes ajudam os leitores a compreender os métodos utilizados, avaliar a validade dos resultados e facilitar a replicação da revisão, se necessário.

Conclusão

A realização de uma revisão sistemática em epidemiologia e bioestatística envolve um processo rigoroso e transparente para sintetizar evidências e fornecer conclusões confiáveis. Ao seguir estes passos principais, os investigadores podem garantir a validade e a utilidade das suas revisões sistemáticas na informação da prática clínica e das políticas de saúde pública.

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